Um grande laboratório de inovação e tecnologia de ponta para a indústria de óleo e gás do futuro. Foi esse o clima predominante durante os três dias da OTC Brasil 2011, realizada entre os dias 4 e 6 de outubro, no Riocentro, maior centro de exposições da América Latina, no Rio de Janeiro.
A escolha do Brasil e da capital fluminense para sediar pela primeira vez, em mais de quatro décadas, o maior evento da indústria petroleira mundial confirma que o país será, nos próximos anos, o foco das atenções dessa cadeia produtiva, principalmente para quem atua ou fornece produtos e serviços offshore.
O potencial do pré-sal e de novas fronteiras exploratórias na costa brasileira aguçou não somente o interesse das grandes oil companies como também vem estimulando a pesquisa e o desenvolvimento de soluções inovadoras na área de exploração e produção (E&P) em águas profundas. Prova disso é o fato de essa conferência técnica, com foco exclusivo no upstream, estar acontecendo no Brasil, com a previsão de se repetir de dois em dois anos.
Com uma área total de 14.450 m², ocupada por 435 expositores de 23 países (sendo 90 expositores brasileiros), a feira e o congresso receberam três mil delegados, que reuniram um público de mais de 10 mil pessoas, a maior parte delas pagante – uma novidade nesse tipo de promoção; até então, a feira sempre teve entrada franca e apenas a conferência era paga.
Conteúdo técnico – Os participantes desse evento tecnológico pagaram ingresso de 10 dólares por dia para visitar a feira (estudantes) e de quase 800 dólares pelos três dias (delegados) para assistir à conferência, além de 65 dólares para participar dos almoços palestras, a grande novidade nesse tipo de evento. O objetivo era ter um público qualificado, de acordo com os organizadores.
Afinal, o principal foco era o forte programa técnico com ênfase na segurança e eficiência operacional, desafios do pré-sal (exploração, produção, logística, escoamento etc.) e tecnologias inovadoras para assegurar o desenvolvimento sustentável da atividade offshore, que cresce mais além do petróleo e do gás, chegando à produção de eletricidade eólica em alguns países. As sessões técnicas abrangeram a questão do avanço não só de tecnologias, mas também de recursos humanos, um dos maiores gargalos dessa indústria no país, por conta do crescimento acelerado do setor.
A OTC Brasil, além do apoio das doze organizações que criaram e realizam anualmente a conferência nos Estados Unidos há 43 anos, contou com o apoio de três entidades técnicas do país: a Associação Brasileira de Engenharia Química (Abeq), a Associação Brasileira de Geólogos de Petróleo (Abgp) e a Sociedade Brasileira de Geofísicos (Sbgf). Também recebeu o apoio da Rio Negócios – Agência de Promoção de Investimentos do Rio de Janeiro e ainda do Departamento do Comércio dos Estados Unidos, país que levou o maior número de empresas para o evento.
Mercado estratégico – A mesa de abertura da conferência reuniu Magda Chambriard, diretora da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Marcelo Haddad, diretor executivo da Rio Negócios, Stephen Balint, presidente do Conselho de Administração da OTC e executivo da Shell nos Estados Unidos, Ricardo Juiniti Bernardo, co-chair do programa técnico da OTC Brasil, e Wafik B. Beydoun, presidente do Comitê OTC Brasil, entre outros.
Quem mais promoveu o país, ressalvando que os interessados em entrar nesse mercado em expansão “terão de cumprir as regras vigentes”, inclusive de conteúdo local – gostem delas ou não –, não foi o executivo da Rio Negócios, mas sim a diretora da ANP.
Magda Chambriard apontou alguns dos principais aspectos do marco regulatório brasileiro, destacando os investimentos em P&D feitos pela agência entre 1998 e 2010 –
no valor total de US$ 3,2 bilhões –, com foco nas bacias brasileiras. “Até 2020, os investimentos totais em P&D vão somar US$ 9 bilhões, com a média de pelo menos US$ 500 milhões ao ano”, afirmou a diretora. Esses recursos serão provenientes da taxa de 1% do faturamento das empresas mais produtivas que operam nas bacias brasileiras, divididos também com as universidades.
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