
Representantes do poder executivo e legislativo destacaram a integração das empresas com a comunidade
Representantes do poder executivo e legislativo destacaram a integração das empresas com a comunidade
O VII Encontro Nacional de Conselhos Comunitários Consultivos (CCCs) foi realizado nos dias 19 e 20 de outubro, em São José dos Campos-SP, na Monsanto. O evento foi promovido pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), por meio da Comissão de Diálogo com a Comunidade, e reuniu cerca de 80 participantes, entre representantes dos CCCs e das empresas Monsanto, Basf, Braskem, Clariant, Dow, Oxiteno, Stepan, Unipar Carbocloro, Vale Fertilizantes, além do Comitê de Fomento Industrial de Camaçari (Cofic-BA), do Comitê de Fomento Industrial do Polo do Grande ABC (Cofip ABC), do Polo Industrial de Cubatão e do Polo Petroquímico de Triunfo.
Formados por representantes voluntários das comunidades localizadas no entorno das plantas químicas, os CCCs trabalham com o objetivo de disseminar informações sobre questões voltadas à saúde e segurança das pessoas que convivem próximas às regiões industriais. Os CCCs se reúnem periodicamente com o apoio das empresas, para preparar as comunidades para eventuais situações de emergência, além de debater e criar ações e projetos relacionados aos requisitos do Programa Atuação Responsável®, que propõe melhoria contínua nas áreas de saúde, segurança e meio ambiente.
O Encontro realizado anualmente desde 2011 oferece a oportunidade para que conselheiros de diferentes regiões do País troquem experiências sobre as ações realizadas em suas comunidades e como eles, em parceria com as empresas do setor, podem adequar e implementar essas ações em suas regiões.
Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), disseminados mundialmente pelo Pacto Global, uma iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), foram o tema desta edição do Encontro. O coordenador-executivo da Rede Brasileira do Pacto Global, Carlos Pereira, explicou o histórico dos ODS e sua importância em sua apresentação.
O Pacto Global é uma iniciativa voltada à disseminação dos ODS no setor privado e possui 13 mil organizações signatárias, entre elas mais de 9 mil empresas, distribuídas por cerca de 150 redes ao redor do mundo, incluindo empresas, associações, sindicatos e organizações não-governamentais para a construção de um mercado global mais inclusivo e igualitário. A rede brasileira é a quarta maior do mundo e formada por 740 instituições, incluindo a Abiquim signatária desde 2014.
Os ODS são uma iniciativa para o desenvolvimento sustentável voltados a acabar com a pobreza, promover a prosperidade e o bem-estar para todos, proteger o meio ambiente e enfrentar as mudanças climáticas. Segundo Pereira, coordenador-executivo do Pacto Global, os 17 ODS abrangem 169 metas, medidas por 231 indicadores, e essa agenda deverá ser cumprida até 2030.
Pereira alertou que a preocupação com o crescimento sustentável se deve a problemas que já são enfrentados pelas nações. “A frequência dos desastres naturais duplicou desde 1980, a violência e os conflitos armados custaram o equivalente a 9% do produto interno bruto (PIB) mundial em 2014, a perda da biodiversidade e os danos ao ecossistema custam cerca de 3% do PIB mundial e de 25 a 30 milhões de pessoas estão em risco de cair na pobreza na América Latina e Caribe, sendo que dessas 4,5 milhões estão no Brasil. Não podemos ter nenhum retrocesso de direitos humanos”.
Para o coordenador-executivo do Pacto Global, o cumprimento desta agenda depende de princípios fundamentais. “É preciso respeitar os direitos humanos, incluindo a igualdade de gênero e acabar com o trabalho escravo e infantil. A sociedade civil e as empresas têm um compromisso a desempenhar na tomada de decisões. As ações precisam ter abordagem inclusiva e participativa e serem relevantes para todas as pessoas. Não devemos trabalhar com a média, todos devem ser incluidos. Cada governo terá que definir suas metas nacionais com abordagem inclusiva e participativa. Temos que pensar na sustentabilidade de maneira ambiental, social e econômica”.